Discurso tangencial e circunstancial

Discurso tangencial é caracterizado por pessoas que, quando questionadas, respondem "ao lado", isto é, nunca respondem de forma directa ao que é efectivamente perguntado...dou-vos um exemplo: "então Manel, como tens passado?" a resposta tangencial seria algo do género: "o mês passado doeram-me os rins e há duas semanas tive uma unha encravada que me doeu pela vida!!".

Mas o que é isto?? Eu quero lá saber se te doeu os rins ou se tiveste uma unha encravada ou se o teu cão teve hemerróidas, só te fiz essa pergunta porque faz parte da dita "boa educação"!Nem se quer te conheço o suficiente para me estares a explicitar coisas do teu íntimo, coisas que envolvem germes e pûs e outras coisas assim mais pessoais, que realmente a mim não me diz respeito!

Curioso como esses indivíduos conseguem tirar-nos do sério...pelo menos a mim irrita-me!! Já imaginaram uma conversa completa com essas pessoas?? Eu?? Eu teria de tomar ansiolíticos para o resto da minha vida!!

Agora falando do discurso circunstancial...este discuro é característico das pessoas que andam de roda, de roda, de roda, de roda....de roda, até chegarem àquilo que realmente interessa (por vezes podem até nem chegar, uma vez que o receptor da mensagem pode adormecer entretanto), isto é, não sabem distinguir o que é essencial do acessório, o que se torna igualmente irritante!! Imaginem... "olá tudo bem?", ao que a pessoa responderia: "nasci a 12 de Abril de 1956, nasci com 2,800kg, o que deixou a minha mãe bastante triste porque os outros bebés da maternidade eram bastante gordos..................mas apesar de tudo hoje em dia sinto me bastante bem...". A esta altura da conversa, o outro elemento já estaria desmaiado no chão da sala com uma lagoa de baba à volta!! Admito que o cenário seria, no mínimo, hilariante.

E quantos de nós, neste nosso longo percurso de vida, já não nos deparámos com estas pessoas de discurso "eloquente"...?? Mas a verdadeira dúvida é: como lidar com elas? Será que deveríamos dizer: "desaparece, pareces uma mosca de estábulo"; ou então dizemos "compreendo", continuamos a andar e deixamos a pessoa a olhar para o dia de amanhã; ou ainda, podemos tirar um "macaco" do nariz, esfregamos na sua camisola e deixamos que a pessoa se enoje o suficiente de modo a nunca mais querer falar connosco. Não sei...tenho de escolher a solução mais rápida e mais eficaz.